quarta-feira, 27 de maio de 2009

Ele não é melhor do que ninguém

Fazia um certo tempo que eu não blogava, muito trabalho, e um "quê" de preguiça tb, reconheço. Mas hoje um dos meus termômetros sociais me chamou a atenção e resolvi postar. Minha avó, uma senhora de 64 anos, alfabetizada, com muito conhecimento sobre a vida mas pouco conhecimento acadêmico. Estava navegando e com a TV ligada quando passou a matéria sobre a mãe de Raphael Wallace, que naturalmente, como toda mãe que vê seu filho em apuros estava desesperada, o que deve ser incondicionalmente respeitado. Porém minha avó, em sua surpreendente sapiência proferiu a frase título dessa postagem, "Ele não é melhor do que ninguém". Minha avó sempre foi meu referencial pra, por amostragem, hehehe, ter uma idéia do que pensa a parcela da sociedade onde ela se encaixa, pouca escolaridade, pouco interesse em questões políticas ou sociais que não a afetem diretamente, aposentada, mas extremamente ativa (bem mais que eu até). Enfim, ouvir minha avó dizer isso,me fez perceber que a sociedade não está opilada em relação a esse caso, como imaginou o vereador Fausto Souza, tio de Rafael, ao dizer que as carreiras políticas da família não seriam afetadas pois seu eleitorado não assistia e nem lia jornais. Longe de mim dizer que minha avó votou num dos Souza, apesar de o voto ser secreto, ela não teria pq mentir pra mim, por isso afirmo que ela não votou. Enfim, isso me soou como um claro sinal de que a sociedade está acompanhando o caso, e que não vai aceitar qualquer outro desfecho que não a convença, seja ela pela absolvição ou pela condenação de Rafael. Essas manobras pra driblar a prisão comum estão incomodando a sociedade. Mães chorando por seus filhos que cometeram crimes vemos todo dia há 500 anos no Brasil, e o sofrimento dessas mulheres deve ser respeitado. Pessoas sendo presas vemos há 500 anos também. O que nunca se viu foi um preso comum, sem nenhum direito a qualquer especialidade, ser tratado dessa forma. Oportunidades de concluir um curso superior o rapaz teve, afinal seu pai está no segundo mandato de deputado estadual, ou seja desde que Rafael tinha 18 anos, goa de um padrão de vida confortável (até demais, a ponto de ter R$ 250.000,00 em espécie, em casa), então se não concluiu um curso superior foi por não querer mesmo. Enfim, a lei vale pra todos, e como disse minha sábia vózinha... "Ele não é melhor do que ninguém".



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